Sopa de Insônia

Nem durmo. São quatro e pouco da manhã, cheguei às três de uma formatura, puxei o cigarro e encarei a parede. Sei lá, quando as coisas são para acontecer, realmente acontecem. E a cena foi praticamente de filme. Um em um altar estava Julieta e Romeu outro subindo as escadas. Julieta vira e sorri, enquanto Romeu sorri sem ao menos entender. A sopa deles só começou.

Falei o que eu precisava falar depois de tanto tempo. Na realidade, nem falei tudo, tinha medo de causar alguma reação adversa. Se bem que nem posso me dar ao luxo de me gabar que eu possa ainda mexer com aquela sopa. Se os papéis fossem inversos, talvez nem mexeria. Por isso me contive e algumas vezes baixei os olhos. Tava complicado encarar aquela receita antiga que, de alguma forma, as pendências ainda me deixavam angustiado.

Sinceramente, nem sei ao certo o gosto que eu senti dessa sopa. Ao mesmo tempo que veio o alívio, não conseguia tirar os olhos dos olhos brilhantes que me fizeram apaixonar. É meio louco não saber definir. Acho que é a lógica dos sentimentos mesmo: quanto mais a gente define, menos a gente realmente sente. Era tanta coisa para falar que nem sei se soube selecionar as partes mais importantes. Pelo menos, falei o que eu achei que fosse mais difícil. Creio que tenha sido proveitoso. A cozinha agora está organizada para começar algo novo.

Começos; recomeços. Não sou do tipo que vive do passado se ele realmente não foi bom. Hoje percebi o quanto foi bom. Desejo de ter de novo? Talvez, mas meu moralismo não permite que mexa meus pauszinhos para que isso aconteça. Acho que me sentirei melhor comigo mesmo continuando na minha para não causar nenhuma indigestão alheia com meus pratos. Sinto que hoje eu amadureci de verdade e posso dormir com a sensação de orgulho por resolver as coisas, mesmo talvez aspirando um desejo romântico pessoal que vai ficar onde ele está agora: no fundo da panela.

No radinho da cozinha:
Pink - I'm Not Dead


And though this journey is over I'll go back if you ask me to...

Sopa de Qualidade


Após nove posts e talvez pouco conhecimento dos blogueiros sobre minhas receitas, eis que o querido blog Na Ponta dos Dedos deu ao Sopas de Abóbora o selo "Até que não é um mau blog", nova modinha que circula na web. A intenção é ser indicado e indicar páginas que achemos interessantese e comentamos.

Minhas sopas são tão pessoais que nem cogito muito a popularização delas. Além do mais acho que vai chegar um dia em que não saberei mais falar de culinária e tudo vai ficar muito igual. Mas mesmo assim, fico feliz que o NPDD tenha me indicado. O que menos me conforta é que duas das moderadoras são minhas amigas, o que pode ser só uma estratégia para impulsionar meus posts. hehehe Mas foi bacana receber o selo, que está aí ao lado.

Como muitos sabem, minha vida corrida me deixa pouco tempo de ficar visitando vários blogs e formando opiniões sobre os que eu mais gosto. Então posso até estar quebrando a corrente do selo "Até que não é um mau blog", mas não vou indicar novos blogs. Não é nada pessoal, só não consigo pensar em nove páginas que eu goste, por não ser leitor assíduo de blogs.

Para quem não sabe, o NPDD é um blog lésbico que tem crescido bastante nos últimos tempos. A idéia não é só reunir o público de garotas que amam garotas, mas todos aqueles que gostam de estar bem informados e ler conteúdo de qualidade. Agradeço mais uma vez à premiação e certamente isso irá me impulsionar a escrever mais e mais sopas de abóboras aqui.

No radinho da cozinha:
kings of convenience - Know How

Sopa de Foi

Depois de muito tempo, tomei a sopa. Sei lá, foram meses de conflitos, juras de bom cozimento, ingredientes saudáveis e outros descartáveis. Mas tomei. Apesar das coisas que sempre conspiram contra a receita, eu sabia que de uma forma ou de outra o prato estaria servido ao fim da noite. E foi! Simplesmente foi, talvez não do jeito que eu esperei que fosse, mas foi. Sopa intensa, bem temperada, movimentada. Foi.

Depois que você dá espaço para que a receita se concretize, a primeira sensação é de dever cumprido. A sopa está ali, bela, servida, degustável. O que geralmente eu não sei pensar é no depois. Sou daqueles que usa muito o carpe diem para viver, então nem sei se amanhã tomarei a mesma sopa ou se meu desejo por novas descobertas e novos cogumelos alucinógenos prevaleçam quando o assunto é o uso ou não do flashback.

Não é nem uma questão de querer ou não, mas sim uma questão de conveniência. A gente tem que saber até que colherada dar. Vivemos em uma cozinha em que muita coisa acontece o tempo todo, sempre uns fatos se sobrepondo aos outros. E nessa mistura de tanta coisa, de tanto sal e pimenta, cria-se uma confusão do que deve ser usado ou não.

Daí mais uma vez voltamos ao ponto inicial desta sopa: o conflito, a confusão do começo de tudo, que gerou o resto de tudo e culminou no foi. Viver tudo de novo? Nem sei ó. Não penso nisso, muito menos no fato desse post ter ficado confuso. É a confusão generalizada. E nem comi o cogumelo. Preferi não comer. Recusei, mas pus a mão.

No radinho da cozinha:
Maroon 5 - Better That We Break


Sopa de Percepção

Hoje foi um dia perceptivo. Olhando as coisas da cozinha, veio a sensação de que faltava algo. Não sei se algum talher, copo ou tempero. Tudo que eu comi hoje desceu sem gosto, de uma forma que provavelmente se repetirá amanhã. As coisas conspiram para a impressão de que falta algo. Os pimentões estão estragados, as cebolas estão doces, tudo muito superficial. Posso juntar tudo e tacar na panela para fazer um caldo e fingir ser uma sopa. Mas no final, é só um caldo.

Às vezes a cozinha fica vazia e você percebe isso pelo reflexo das panelas. Só a sua imagem. E a das panelas. Daí você não sabe se usa o momento sozinho e de inspiração para criar novas receitas ou para repensar as antigas, observando se algo pode melhorar. Nem sei o que me deu, acho que fiquei tão sem sabor quanto as sopas hoje. Vendo os outros cozinheiros cozinhando, me veio a súbita vontade de deixar a profissão. Porém, como qualquer profissão, temos nossos momentos de dúvidas e conflitos.

Não sou do tipo que cozinha com dúvidas. Ou eu cozinho ou eu tenho dúvidas. A junção dos dois gera pratos sem graça. E o pior: reflete o estado de espírito de quem cozinhou. Se hoje as conversas rolaram em slow cam enquanto a cada palavra você raciocinava porque sua cozinha é tão vazia, amanhã nunca se sabe. Preciso de pimenta e sal para impulsionarem o cozimento. Enfim, páro aqui com a receita. Perdi o gosto. Amanhã crio algo novo, me ajudem!

No radinho da cozinha:
Rod Stewart & Amy Belle - I Don't Want To Walk About It

Sopa de T.S.P.A.

Tensão Sexual Por Amigos. Não necessariamente amigo-amigo mesmo, mas colegas que você tem um certo contato e/ou cumplicidade. Até onde eu lembro das minhas aulas de Psicologia da Comunicação ou de Sexualidade e Violência na Mídia, a amizade é um contrato tão forte quanto os relacionamentos amorosos (carnais). Ela é impulsionada pela libido que, ao contrário do que os pervetidos acham, é mais do que a energia do sexo. A libido é uma força sexual sim, mas que impulsiona qualquer atividade do ser humano, desde correr uma maratona a ter uma transa louca.

Na amizade, o diferencial de uma relação amorosa é pelo fato de não haver o imediatismo do ato sexual. Amigos não pensam nisso (ou supõe-se que não pensem), apesar de alimentar tal amizade da mesma forma que um romance. Em um romance, um casal deseja o outro e, consequentemente, deseja o sexo. Em uma amizade, um casal deseja pelo que o outro é, pelo que o outro pode oferecer e por todas aquelas coisas que se conhece do outro que admiramos e, por isso, queremos ter por perto.

O problema é que a psicologia das sopas nem sempre é assim. Tudo bem, acredito em amizade e coleguismo, e tudo mais. Porém, hoje em dia encontro cada vez mais dificuldade de conhecer alguém aparentemente atraente e não pensar em um romance (casual ou não) com tal pessoa. Já perceberam que dificilmente nós conhecemos alguém com a intenção de ser amigo mesmo? Com exceção de quem não nos agrada sexualmente (!), é quase uma raridade optarmos primeiro pela amizade. Sempre temos aquela pré-tensão sexual envolvente que começa a movimentar nossa cabeça nos questionando como seria aquilo.

É tanto que essa tensão, uma vez estabelecida, ou some de vez depois de algum tempo de espera ou então sempre deixa alguns resquícios para nos atormentar aqui ou acolá. Nem encaro isso como sexualidade hiper-aflorada ou promiscuidade, mas não é a própria psicologia que estimula que não reprimemos nossas vontades? Não tem como deixar de tomar uma sopa que, por mais familiar que seja, você está com vontade. Prefiro enxergar isso como mais cumplicidade ainda. Pegar um amigo ou amiga acaba sendo até mais fácil, já que você sabe até onde pode tomar aquela sopa. Agora uma coisa fique clara: se você se f*de por causa de um amigo ou colega, o problema é seu! Saiba até onde colocar tempero.

No radinho da cozinha:
Foo Fighters - Best of you

Sopa de Cheddar

Sou praticamente um rato. Cheddar, parmesão, mussarela, provolone, ricota, coalho. Todos estão sempre misturados na minha alimentação. É como se fosse o complemento de qualquer coisa que desse um diferencial no sabor. Até nas sopas eles são bem vindos, principalmente o cheddar. Não sei se você já percebeu o quanto o cheddar é diferente: na textura, no sabor, na nacionalidade.

Pesquisando no Google sobre o cheddar, descobri que ele vem da Inglaterra e o original é duro, tem formato de tambor e é amarrado com uma bandagem que para garantir a casa boa e dura. O sabor, originalmente, começa suave, com toques de nozes, com pouco sal. Sofre maturação de 6 a 18 meses, para que o sabor das nozes fique mais ácido. Contém 48% de gordura. Aqui no Brasil, o que consumimos é o cheddar que passa por um processo de fundição, que só pode ser feito após a maturação de 2 meses.

As diferenças são evidentes. Por mais que todos os primos do cheddar passem por processos especiais, é quase uma vitória o cheddar chegar tão saboroso na nossa sopa. São muitos números e esperas que preparam o terreno para a mais deliciosa fatia. Só lembro do McCheddar do McDonalds. Apesar de amar um cheddar, não costumo comer esse sanduíche. Acho pequeno e sempre dá a sensação de que falta alguma coisa: carne, alface.. não sei ao certo. Mas o cheddar em si, em um sanduíche caseiro ou em qualquer coisa é realmente delicioso.

Na sopa, o cheddar tem me decepcionado. Sei lá, esperei muito tempo (para mim foi muito tempo, ora bolas) para que ele amadurecesse e pudesse entrar em contato com o prato de forma harmoniosa, para que, finalmente, pudéssemos ter um momento de prazer culinário: eu e ele, o cheddar. Porém, acho que quando você aposta muito em um novo ingrediente, ele acaba sendo bom, mas não cai do jeito que você esperou. Gostei da sopa, apesar de parecer ter sido o cozinheiro errado para prepará-la. Mas oras, me estimularam a preparar, só estou fazendo minha parte.

O fato é que acho que devo esperar mais um tempo para que o cheddar se agregue melhor à minha sopa. Eu espero sim, pois é o que eu quero, não tem dúvidas disso. E venho querendo há um bom tempo. Não sou muito paciente, sou seletivo e rápido no preparo, mas se for para esperar, acho que espero um tempinho sim. Não sei se esperaria 2 meses para ter uma colherada gostosa de Sopa de Cheddar, mas pretendo ficar de boa na minha vendo o cheddar derreter na minha sopa. Só não vou é parar de sondar novos ingredientes. É o karma. Cause I've forgotten all of young love's joy, feel like a lady, and you my lady boy..

No radinho da cozinha:
amy winehouse - stronger than me (jazz intro)

Sopa de Batata

Adoro batatas. Não conheço um cidadão que não goste de qualquer tipo de batata. Tem uns, claro, que não comem as do Mc Donalds, o que eu acabo adorando, já que sempre sobra para eu mesmo comer. Nem reclamo. Mas batata é algo mágico: um sabor simples e realmente delicioso... principalmente quando está bem tostadinha ou então dentro de uma sopa bem feita.

Sempre associo as batatas diretamente a coxas de galinha. Coxas bem torneadas que dá logo vontade de meter a mão e dar uma mordida para arrancar um pedaço do músculo. Galinhas (ou frangos) são boas em qualquer receita. Tenho um verdadeiro tesão em escolher qualquer coisa com frango (e queijo). Na sopa, uma galinha sempre faz a diferença, até porque você come e já identifica de cara o gosto. Não pode se enganar com galinhas e batatas.

Coxas de galinha e batatas são elementos fundamentais para mim. Não que eu vá dispensar uma sopa por não ser bem provida desses dois ingredientes, mas é sempre bom de admirar, pegar e degustar. Muita gente sabe do meu fascínio por coxas, mas não esqueçam que, como bom cozinheiro, sei admirar qualquer elemento colocado no prato. Sempre há vantagens em dar uma chance e provar. Sempre!

No radinho da cozinha:
Kate Nash - Foundations

Sopa de Químicos

A vida é uma química. Em tudo rola uma questão de química. Química da química, química do amor, da amizade, do trabalho, da sopa. Quando a química não está legal, não gosto de ser insistente e achar que vai melhorar. Acho que ou melhora logo ou não melhora. E meus 'logos' costumam ser bem curtos. Então não espero nenhuma sopa passar do ponto. Quando está pronta, apago o fogo, ponho no prato, espero esfriar um pouco e como. Ritual químico.

Às vezes as pessoas costumam achar que conseguem ir além do que realmente podem. Algumas fazem o contrário do que já é previsto, sem saber que o contrário também já virou clichê. Somos seres humanos químicos, porém não temos a ciência da química elaborada para nos acharmos tão especiais ao ponto de conseguir superar algo rapidamente ou de viver uma história bela de amor se o que temos é apenas uma paixonite química qualquer.

Vivemos abastecidos de químicas. Talvez a melhor química que precisamos ter é conosco mesmo. Só assim para que comecemos a gerar uma harmonia química ao nosso redor, fazendo com que os pratos sopeiros encham os olhos e as bocas (sim, no plural). A melhor sopa não é aquela feita no capricho; é aquela que, quando servida, não há dúvida alguma que você quer comê-la. Por mais que acabe logo, dê dor de barriga, ou deixe resquícios no prato.

E quando a satisfação química de uma sopa é garantida... ah, não há sensação melhor do que dizer: "por mais que tenha acabado, degustei com prazer". Quer dizer... alguns preferem a sensação de: "é, degustei com prazer, foi ótimo, mas acabou; logo logo outra com novos sabores e químicas surgirão". Ultimamente tenho pensado em um pouco de cada, mais na segunda no geral, mais na primeira em casos particulares. Não vem ao caso ainda. Deixa para as próximas sopas!

No radinho da cozinha:
Katy Perry - I Kissed A Girl


Sopa de Conflito

O que me incomoda numa sopa às vezes não é a falta de tempero: é o excesso. Tudo demais enjoa e o que tiver de menos acaba sendo indiferente na hora de degustar. Não tenho me dado tanto ao luxo de provar sopas requintadas. Sempre escolho os mesmos pratos e acompanhamentos. É melhor escolher algo que você já conhece e gosta do que insistir em algo que talvez nem seja tão bom quanto o cheiro.

Vez por outra uns temperos aparecem de gaiatos no seu prato e só resta comer ou não. Dispenso todas aquelas coisas de legumes e verduras, principalmente os brócolis.. mas deixo a cebola que é pra dar um toque especial junto com a pimenta. A pimenta é o que move qualquer sopa, seja antiga, atual ou futura. É a pimenta que impulsiona, como se fosse um catalisador de relações.

Com as sopas que eu como, eu sempre tento moldar meu paladar pra que as futuras receitas saiam de acordo. O problema é que por mais que eu reveja as receitas e ache que estou aprendendo com cada sopa tomada, mais eu tenho motivos pra achar que às vezes estou no mesmo canto, com o sonho ingênuo de que a sobremesa não é tão importante quanto o prato principal.

Devia começar a refeição já pensando na sobremesa, para ver se demoro mais sentado à mesa. O problema é que às vezes a sobremesa é tão amarga que nem vale tanto a pena ou então não te excita como um bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Às vezes é só um batom garoto: pequeno e pouco dura. Daí você procura por algo mais. Eu sempre procuro.

Estou me policiando para ter mais tato com os alimentos. Acho que eu preciso disso, principalmente quando eu enxergo um futuro com crise criativa nos pratos. Mas sei lá, talvez no futuro eu nem esteja mais pensando nas sopas daqui. Acho que vai ser mais divertido me acostumar com o queijo francês ou com o foie gras.

No radinho da cozinha:

Papa Roach - Scars (Acoustic)

Sopa de Ontem

Nem sou muito fã de comer muito não, mas quando a sopa está gostosa realmente a gente quer mais. Ontem eu nem ia comer, era o plano da noite.. queria apenas sair, nem que fosse sozinho mesmo, e tomar umas bebidas. Mas aí chegaram oferecendo a sopa de ontem. Na realidade, nem foi oferecendo, acabou caindo na minha mesa e não teve como não tomar.

O prato estava repleto de suspense hitchcockiano e logo me interessei, até porque passei toda essa última semana pensando em sopas do passado, para ver se começo a acertar a mão nas sopas futuras. Sei lá, acho que tudo que é de ontem a gente gosta de provar, nem que seja pra dizer que está ruim ou fez mal. E acabou fazendo.

Alguns ingredientes estavam vencidos e o cozinheiro nem quis revelar o modo de preparo. Até tentei argumentar, saber por que me ofereceram aquilo aquela hora da noite, pouco antes de sair. A maior Paranóia! De certa forma, a sopa me deixou triste, mas eu nem conseguia chorar. Não choro há muito tempo, a não ser em filmes. Ah, os filmes!

Dizem que a vida é um filme ou o filme é a vida, mas antes isso fosse verdade.. pelo menos teria um desfecho. No caso da sopa, a gente só tem mesmo que lavar o prato.. e esperar outros oito meses pra provar outra sopa de ontem.

No radinho da cozinha:
KT Tunstall - Miniature Disasters

Sopa de Abóbora

Pumpkin Soup - Kate Nash

You're chatting to me, like we connect

But I don't even know if we're still friends
It's so confusing,
Understanding you is making me not want to do

And think things like 'I know I should do'
But I trip fast and then I lose
I hate looking like a fool

I just want your kiss boy
(kiss boy, kiss boy, kiss boy)
I just want your kiss
I just want your kiss boy
(kiss boy, kiss boy, kiss boy)
I just want your kiss

The lights are on
And someone's home
I'm not sure if they're alone
There's someone else inside my head living there too
Fills me with dread

This paranoia is distressing
But I spend most of my night guessing
Are we not, are we together?
Will this make our lives much better?

I'm not in love
I just wanna be touched

I just want your kiss boy
(kiss boy, kiss boy, kiss boy)
I just want your kiss
I just want your kiss boy
(kiss boy, kiss boy, kiss boy)
I just want your kiss

Whoops, I think I've got too close
Cause now he's telling me I'm girl that he likes most
I messed up it's not the first time
I'm not saying you're not on my mind
I hope that you don't think I'm unkind

I just want your kiss boy
(kiss boy, kiss boy, kiss boy)
I just want your kiss
I just want your kiss boy
(kiss boy, kiss boy, kiss boy)
I just want your kiss

No radinho da cozinha:
Kate Nash - Pumpkin Soup